José
Carlos Drummond de Andrade
E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?
Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?
E agora, José?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio - e agora?
Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?
Paródias dos alunos
EDUARDO PAIVA, RAFAELA COSTANARO 8ªB
“MANÉ”
E agora mané?
O ano acabou
A farra terminou
Seus amigos sumiram
E você não passou
E agora mané?
E agora você?
Você que só brinca,
Que só zomba dos outros
Você que faz besteira o ano todo,
Que só conversa.
E agora mané?
Está sem estudo,
Está sem discurso,
Está sem dinheiro.
Já não pode brincar
Já não pode colar
Já não é mais criança
O dia chegou e não se formou
A boa nota não veio
O riso não veio.
Já não tem mais graça
O ano passou
E você não acordou
E você nem notou
E agora mané?
E agora mané?
Suas piadas chatas
Seu instante de fama
Sua vontade de aparecer
Suas roupas
Suas correntes de ouro
Seu tênis de marca
Seu relógio barato
Seu amor em ostentar
E agora?
Com a caneta na mão
Agora você chora
Com o caderno sem lição
Você implora
Mas o ano acabou
E você se lascou.
Tempo não há mais.
Mané, e agora?
Se você estudasse
Se você passasse
Se você conseguisse
Terminar o que começou
Se você tentasse
Se você se esforçasse
Se você pensasse
Mas você não pensa
Você é burro mané.
Sozinho na sala
Que idiota
Sem estudo
Não tem nada
Pra se encostar
Sem mãe pra ajudar
A fugir do futuro mané.
Mané, fugir pra onde?
GABRIELLA CAPUTTO MOREIRA 8ªA
E AGORA, AMOR?
E agora, amor?
Por que tudo acabou?
Por que você me deixou?
Você sumiu,
E meu coração partiu.
E agora, amor?
Você não volta mais,
Por que você já me esqueceu?
Nem se lembra de que eu existo,
Por que você não volta?
E agora, amor?
Está sem mim,
Está sem o meu amor,
Está sem o meu carinho,
Já não posso mais viver,
Não consigo respirar,
Enquanto você não me amar.
Você parece tão frio,
Como nunca percebeu?
Já faz tanto tempo,
E você não veio,
Seu sorriso não veio,
Seu carinho não veio,
E tudo acabou.
E agora, amor?
E agora, amor?
Suas doces palavras,
Seu olhar brilhante,
Seu sorriso deslumbrante, e agora?
Com o celular na mão
Escuto sua música preferida,
Quero morrer,
Mas você me impede,
Quero ir com você,
Mas eu não posso.
Amor, e agora?
Se você gritasse,
Se você me chamasse,
Se você não fosse,
Se você me amasse...
Mas você não me ama,
Você é duro, amor!
Sozinha no escuro
Tento te achar,
Sem teu abraço,
Sem teu carinho,
Preciso te encontrar,
Sem teu beijo,
Sem teu amor.
Você me machucou amor!
Amor, cadê você?
GUSTAVO E DANIEL OLIVEIRA 7ªB
E AGORA, HADDAD?
E agora, Haddad?
O povo te escolheu
E foi você quem venceu.
E agora, Haddad?
Você vai ter que fazer
Para onde vai correr?
Nem pense em fugir,
Pois não há lugar para ir.
E agora, Haddad?
As pessoas confiaram em você
E eu quero ver
Alguém se satisfazer.
E agora, Haddad?
Agora que está no poder
Vai ter que se comprometer
Porque senão vou caçar você
Até você ceder.
E agora, Haddad?
Você tem que tomar uma decisão
Mas escolha com precisão
Pois se você não fizer as coisas direito,
Vai deixar de ser prefeito.
E agora, Haddad?
HEMERSON HENRIQUE 7ªC
“MEU CHEVETTE”
E agora velho chevette?
O motor fundiu
O rato morreu no carburador
O para-brisa trincou
A gasolina virou água.
E agora meu chevette?
Sumiu sua caixa de seta.
O povo zomba de você
Você é quem faz poluição
Você que tem o pneu murcho
E agora meu chevette?
Está sem pastilha
Está sem o porta-luvas
Está sem a terceira marcha
Já não anda mais
Está sem ponteiro de velocidade
Está sem correia no motor.
E agora meu chevette?
Seu doce barulho
Seu instante de funcionamento
Sua gula de gasolina
Seu disco
Sua roda de aço
Seu volante de papelão
Seu recurso
Seu bichamento, e agora?
Com a chave na mão
Não consegue abrir a porta,
Não tinha mais farol
Que morreu no caminho,
Mas o mecânico já arrumou.
Se você girasse o volante,
Se você não gemesse tanto na ladeira
Se você não andasse só dando impulso
Se você parasse com esse barulho
Se você morresse...
O que seria de mim sem você.
Você é duro chevette!
Sozinho na garagem
Cheio de mato ao redor
Sem categoria,
Sem aparecer na rua
Para poder andar
Sem CV no motor
Que fuja da ferrugem
Vê se você fica 0 km
Para eu andar com você, meu chevette!
Mas andar para onde?
KATIA MEGUMI 8ªC
PARA ONDE IR
E agora, o que fazer?
Se o mundo acabou,
A esperança sumiu,
O amor você deixou,
A luz apagou.
E agora, o que fazer?
Para onde ir?
Você que só sabe
Rir dos outros?
Você que só sabe fugir
Das coisas que a vida tem para você?
E agora, o que fazer?
Está sem o seu amor,
Está sem amigos,
Está sem rumo,
Já não pode andar,
Já não pode descansar,
A felicidade já não vem,
A lua não mais surgiu
Para iluminar a noite.
A solidão chegou,
A escuridão apareceu,
O sol não veio
E tudo sumiu,
E tudo desapareceu,
E tudo acabou,
E agora, o que fazer?
Será mesmo que a esperança sumiu,
Que o mundo acabou,
Que a felicidade não vem,
Que a lua não surgiu,
E a solidão chegou,
A escuridão apareceu,
O sol não veio,
E tudo sumiu,
Tudo desapareceu,
E tudo acabou.
Será mesmo?
Será mesmo?
Pois quem parou de acreditar
Primeiro foi você.
Se não acreditar,
Se não correr atrás,
Do que você quer
Nunca terá.
Mas tudo o que você perdeu,
Poderá ser recuperado.
LETÍCIA CARVALHO 7ªA
E agora, Docinho?
A lindinha sumiu
A florzinha fugiu
O professor morreu
O Macaco Loco não venceu.
A Lindinha foi pra Inglaterra,
A Florzinha pra Austrália,
A Docinho ficou em Tawsvil
E o Macaco Loco saiu da sua balada.
A Branca de Neve desapareceu
E um dos sete anões morreu
A saudade ficou
Mas o príncipe não chegou.
A Bela não acordou
Seu príncipe ainda não a beijou
O reino todo está dormindo
E a maléfica bruxa está rindo.
A Chapeuzinho achou o lobo mau
Mas um piquenique estão fazendo
A vovó por sua vez comer está querendo.
E agora, Cinderela?
O sapatinho você perdeu
O príncipe te esqueceu.
O rato gordo triste está
Mas o magrinho está a chorar.
Já sua madrasta rindo está.
Mas a história não terminou
Chapeuzinho a vovó encontrou
Cinderela o príncipe reconquistou
As meninas superpoderosas então voltaram
A Bela Adormecida do seu sono despertou
E a Branca de Neve com o encanto do seu príncipe acordou.
LISSA KANASHIRO 8ªC
REGINA
E agora, Regina?
Tanto se fadigou
De exercícios se cansou,
Ao regime se apegou,
E as gorduras deixou.
E agora, Regina?
E agora, você?
Você que do peso se queixou,
Que da aparência não gostou,
Você que sem saber,
Parou de comer?
E agora, Regina?
Está sem poder
Comer o que você vê,
Pela boca não se entra,
Pela boca só se sai,
Na cama se deitou,
Pela manhã não levantou,
À tarde cochilou,
E à noite acordou,
Sem ter o que fazer,
A noite virou,
Não consegue trabalhar,
Não tem mais como se esforçar,
Para com a vizinha falar,
E no escuro acabou.
E agora, Regina?
E agora, Regina?
Sua vida diminuiu
A farelos de pão,
A magreza aumentou
E anorexia se tornou.
De jejum permanente,
A pele transparente,
Antes tão reluzente,
Que no sol se via
A saúde evidente, e agora?
Às paredes se trancou,
Com ninguém mais falou,
À depressão se rendeu,
A autoestima perdeu,
Sim, aquilo que no passado,
Tanto conquistou, nada se tornou,
Mas quem começou, não ligou.
Daniel, e agora?
Ela tanto te amou,
Tanto lhe ajudou,
Tanto em ti pensou,
E você a conquistou,
Mas ao lhe confessar,
Você a recusou,
A acusou.
Ele do peso zombou,
E ela acreditou, Daniel!
Ela se rendeu aos próprios pensamentos,
Que contrariavam todos os lamentos.
Do hospital depende agora,
A soro na alimentação,
E à enfermeira hora a hora.
Mente fraca, transtornada,
Pelas poucas palavras dele,
Sim, você, Daniel!
Daniel, como se sente?
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